Guilherme,
Respondendo à sua pergunta provocada pelo nosso Twitter, passamos a explicar por que não se deve escrever “Certamente, podem haver equívocos neste caso.” mas deve-se escrever “Certamente, pode haver equívocos neste caso.”. Aqui temos que seguir a orientação consagrada pelo uso difundido e pela gramática tradicional. A Neopedagogia da Gramática, por meio de sintagramas, deixa bem claro. Mas, neste momento, vamos explicar sem os sintagramas, pois pretendemos mostrar as diversas acepções e as diversas sintaxes do verbo HAVER.
O HAVER tem cinco significados, cada qual com sintaxe diferente. Vejamos:
1) O verbo HAVER pode significar EXISTIR. No Entanto, cada um tem a sua sintaxe: O nome que vem depois do verbo HAVER, na acepção de “existir”, é complemento verbal (objeto direto). Já esse mesmo nome postado depois do verbo “existir” é sujeito (nome 1). O verbo HAVER, aqui, não tem sujeito, fica impessoal, concorda com o conjunto vazio que é da 3ª. pessoa do singular. Não concorda com o nome que vem postado no seu lado direito. Com o verbo EXISTIR, há a concordância com o nome postado no lado direito, pois este é o seu sujeito (nome 1). Daí as duas concordâncias diferenciadas. Observe:
Ali havia muitos equívocos. / Ali existiam muitos equívocos.
Esses dois verbos sinônimos, no campo semântico, podem participar de verbos compostos fazendo-se antecipar de um auxiliar. Neste caso, temos uma regra consagrada que a neopedagogia explica assim: Num verbo composto, o auxiliar efetua a concordância verbal em nome da locução. Temos a consequência natural: O auxiliar de um verbo impessoal fica igualmente impessoal e concorda com o conjunto vazio (3ª. pessoa do singular). A frase que ensejou esta consulta insere-se nessa explicação.
2) O Verbo HAVER pode funcionar como um simples auxiliar de outro verbo, desempenhando o mesmo papel do verbo TER. Veja como ambos seguem a regra da concordância do verbo composto: “O auxiliar é que faz a concordância com a posição 1, com o nome 1, com o sujeito ...
Eles haviam estudado a lei. / Eles tinham estudado a lei.
3) O verbo HAVER pode também significar CONSEGUIR:
Eles houveram uma autorização especial para ali ingressar.
(= Eles conseguiram uma autorização especial para ali ingressar.).
4) O verbo HAVER pode ainda significar SAIR-SE:
Elas se houveram bem no concurso.
(= Elas se saíram bem no concurso.).
5) O verbo HAVER pode funcionar como um auxiliar numa locução verbal (verbo composto) imprimindo um significado de obrigação. A concordância segue a regra dos verbos compostos. Veja:
Pedro há de voltar imediatamente.
Os jogadores hão de empenhar-se mais.
Guilherme, cremos ter elucidado sua questão. Abraços. Prof. Dequi
Twitter: http://twitter.com/portuguesfacil
Respondendo à sua pergunta provocada pelo nosso Twitter, passamos a explicar por que não se deve escrever “Certamente, podem haver equívocos neste caso.” mas deve-se escrever “Certamente, pode haver equívocos neste caso.”. Aqui temos que seguir a orientação consagrada pelo uso difundido e pela gramática tradicional. A Neopedagogia da Gramática, por meio de sintagramas, deixa bem claro. Mas, neste momento, vamos explicar sem os sintagramas, pois pretendemos mostrar as diversas acepções e as diversas sintaxes do verbo HAVER.
O HAVER tem cinco significados, cada qual com sintaxe diferente. Vejamos:
1) O verbo HAVER pode significar EXISTIR. No Entanto, cada um tem a sua sintaxe: O nome que vem depois do verbo HAVER, na acepção de “existir”, é complemento verbal (objeto direto). Já esse mesmo nome postado depois do verbo “existir” é sujeito (nome 1). O verbo HAVER, aqui, não tem sujeito, fica impessoal, concorda com o conjunto vazio que é da 3ª. pessoa do singular. Não concorda com o nome que vem postado no seu lado direito. Com o verbo EXISTIR, há a concordância com o nome postado no lado direito, pois este é o seu sujeito (nome 1). Daí as duas concordâncias diferenciadas. Observe:
Ali havia muitos equívocos. / Ali existiam muitos equívocos.
Esses dois verbos sinônimos, no campo semântico, podem participar de verbos compostos fazendo-se antecipar de um auxiliar. Neste caso, temos uma regra consagrada que a neopedagogia explica assim: Num verbo composto, o auxiliar efetua a concordância verbal em nome da locução. Temos a consequência natural: O auxiliar de um verbo impessoal fica igualmente impessoal e concorda com o conjunto vazio (3ª. pessoa do singular). A frase que ensejou esta consulta insere-se nessa explicação.
2) O Verbo HAVER pode funcionar como um simples auxiliar de outro verbo, desempenhando o mesmo papel do verbo TER. Veja como ambos seguem a regra da concordância do verbo composto: “O auxiliar é que faz a concordância com a posição 1, com o nome 1, com o sujeito ...
Eles haviam estudado a lei. / Eles tinham estudado a lei.
3) O verbo HAVER pode também significar CONSEGUIR:
Eles houveram uma autorização especial para ali ingressar.
(= Eles conseguiram uma autorização especial para ali ingressar.).
4) O verbo HAVER pode ainda significar SAIR-SE:
Elas se houveram bem no concurso.
(= Elas se saíram bem no concurso.).
5) O verbo HAVER pode funcionar como um auxiliar numa locução verbal (verbo composto) imprimindo um significado de obrigação. A concordância segue a regra dos verbos compostos. Veja:
Pedro há de voltar imediatamente.
Os jogadores hão de empenhar-se mais.
Guilherme, cremos ter elucidado sua questão. Abraços. Prof. Dequi
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