Dúvida enviada por e-mail:
Por que taoísmo não tem mais acento? O dicionário Michaelis registra com sinal diacrítico, mas alguns estudiosos estão dizendo que, de acordo com a Reforma Ortográfica, o acento caiu pelo fato de "tao" ser um ditongo. É isso mesmo?
Prof. Warlei Rosa
RESPOSTA:
Prof. Warlei Rosa
Sua pergunta: “Por que taoísmo não tem mais o acento? O dicionário Michaelis registra com sinal diacrítico, mas alguns estudiosos estão dizendo que, de acordo com a Reforma Ortográfica, o acento caiu pelo fato de “tao” ser um ditongo. É isso mesmo?”
A explicação da Reforma é essa, mas muitos podem ver hiato ali, e não, ditongo, principalmente, quando acrescido do sufixo “ismo”. No “tao” isolado, parece claro o ditongo. Pela tonicidade natural ensinada pela Neopedagogia fica nítido. Terminação fraca de “o” = tonicidade natural na vogal 2. PORÉM, com o acréscimo de ismo, para a tonicidade ficar no i2, teria que ser marcada com diacrítico. Como há uma vogal precedente, teríamos que manter este acento gráfico. Sua eliminação conflita também com a regra da hiatização tradicional mantida pela Reforma. Eis um conflito claro a ser estudado com mais tempo.
É uma pena que a Reforma, em alguns pontos, quebrou a lógica das regras naturais de tonicidade e do esquema tradicional. Ela complicou muito. O trema, por exemplo, no meu entendimento, deveria ser mantido. Seu domínio era fácil. Ele estava sendo mal passado aos estudantes. A supressão do acento agudo nas palavras argúi, averigúe, obliqúem quebrou uma lógica que era acessível, se mantido o trema. A eliminação parcial do acento agudo nos ditongos ÉI, ÓI nas palavras paroxítonas foi outra complicação. Criou mais uma regra. Tudo isso, num debate inteligente, poderia ser visto de forma mais racional. Que pena!
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